quem são as pessoas que ligam de número não-identificado?
Aqueles que não querem se identificar, aqueles que não querem revelar o número, aqueles que querem manter a privacidade, responde você. Ok, justificável. Mas não é só isso não. A grande maioria de pessoas que ligam de número anónimo – lembrem que estou contando tudo isso por experiência própria – são estas:
1) Homens que procuram por relações desprotegidas, inclusive quando tal acompanhante deixa bem claro que não aceita qualquer tipo de relação desprotegida em seu website ou anúncio. Aliás, por vezes, ao invés de procurarem por aquelas que anunciam a oferta de relações desprotegidas… procuram aquelas que não aceitam as relações desprotegidas – tentando convencê-las do contrário – porque assim pensam correr menos risco, como se fosse de grande credibilidade se ela lhe dissesse “Está bem, mas será só contigo, tá, meu amor?” Portanto, sabendo que muitos homens que buscam pelas tais relações desprotegidas ligam de número anónimo, por que atender números anónimos se ela já sabe que há uma grande possibilidade de que seja alguém a procurar por algo que ela não faz/aceita?
2) Pessoas a brincar ao telefone. Entre elas menores de idade, homens a se masturbar e ligando para ela ao invés de ligar para uma linha erótica, homens que vão ligar quando estiverem perto de outros homens – conhecidos ou não – apenas para que saibam que estão ligando para uma acompanhante (para se sentirem mais machos) etc. Mais uma probabilidade… mais um motivo para não ficar muito alegre quando o visor aponta a palavra “anónimo” ou “desconhecido”.
3) “Pesquisadores”. São aqueles homens que passam o dia inteiro ligando de acompanhante para acompanhante para saber as informações, mesmo quando esta pode estar explícita no seu anúncio ou website. Os “pesquisadores” costumam começar o telefonema com “quais são as condições?”, “quanto é?”, “como é?” ou com “o que faz?”, ou seja, não se dão ao mínimo trabalho de consultar a informação disponível antes de fazer o telefonema. Os “pesquisadores”, inclusive, são capazes de desligar o telefone na cara da acompanhante quando chega na informação que lhe interessa. Por exemplo, se ela, com a maior boa vontade do mundo aceita dar as informações ao telefone quando ele afinal poderia ter consultado a sua página, pode ser que quando chega na informação que para ele – que não disse ser isto o que queria exactamente saber – é a mais importante, e se esta não condiz com aquilo que para ele é importante… desliga o telefone na cara da acompanhante, assim mesmo, sem a mínima educação. Ou seja, a probabilidade de que seja uma pessoa grosseira e sem educação também é muito grande, portanto se a acompanhante não quer atender esse tipo de público o telefonema anónimo nem sempre será atendido ou olhado com bons olhos.
4- Os conquistadores baratos metidos a Don Juan. Típico: ligam dizendo que são muito lindos, que são muito maravilhosos, que querem tomar um copo contigo, que você não vai se arrepender, que vai ficar encantada por ele (se calhar nem vai cobrar a companhia, assim pensam, nem um pouco modestos, pois não?) Aí vêm cheios de nhém-nhém-nhém, se sentindo a última bolacha do pacote, aquela conversa para boi dormir, e ali te consumindo ao telefone, dizendo o quanto você vai agradecer por ele ter convidado para tomar um copo, e eu tentando terminar o telefonema, não querendo usar da má educação, o homem ali insistindo, achando um absurdo ter que insistir sendo ele assim tão gostoso, e voltando a insistir no copo, e eu nessa altura já quase dizendo que se gostasse de tomar copo ainda estaria trabalhando numa casa de alterne. Em verdade esses homens buscam nas acompanhantes um encontro gratuito – talvez depois da falta de sorte nas discotecas, redes sociais e sites de encontros do estilo “alma gémea” e “par perfeito” – e por se acharem lindos de morrer – nem um pouco convencidos, pois não? – acreditam que a acompanhante vai levantar as mãos para os céus pelo convite. Isso porque na cabeça deles – e na verdade na cabeça de muita gente – os clientes de acompanhantes são em maioria homens muito feios, muito porcos, muito sujos, muito nojentos, e portanto para eles a acompanhante vai ficar felicíssima com a proposta, se calhar até o convida para ser seu chulo. Então nessa hora você já pensa: “Me poupe, me economize, não sou sabonete para você ficar me gastando”. Mais um telefonema anónimo…
5- Os ocupadíssimos. Para começar eles acham que são mais ocupados que você, portanto você pode estar disponível na hora que ele quer, ele não. Os ocupadíssimos costumam ligar quando estão no meio de uma reunião de negócios, quando estão num jantar com a família, quando estão no trânsito e já vendo a polícia lá no virar da curva, quando estão cortando os pêlos do nariz e do ouvido, quando estão no meio de uma festa e você nem conseguirá ouvi-los, quando estão num mictório público. Ou seja, por ligarem nas horas mais impróprias não há nem como ter uma boa conversa com eles, mas também não buscam isso, o que querem é que você dê as informações, o homem ouve e quando der te procura para um contacto ao vivo (isto é, se um dia ele voltar a se lembrar). Também há uma probabilidade muito grande de desligar o telefone na sua cara, nem preciso dar exemplos de interrupções devido ao local e momento não propício que decidiram contactar uma acompanhante, preciso? E ligam de número privado justamente por isso, para se sentirem à vontade de desligar o telefonema no momento que “precisarem”, sem assim pensarem correr o risco de receber a chamada de volta. Ou seja, para começar não valorizam o encontro, acham que um encontro é quase o mesmo que encomendar uma pizza pelo telefone, se valorizassem reservariam um tempo mais propício para conversarem sobre o assunto. Consequentemente, se este homem vier mesmo um dia a se encontrar com a acompanhante – voltando a ligar de número anónimo – não reservará um tempo propício para esse encontro, sendo interrompido a todo o momento, podendo não estar inteiro durante o encontro, podendo inclusive perder a erecção durante o acto porque vai se lembrar de mil coisas tão ou mais importantes – como encomendar uma pizza – e não vai se entregar e se concentrar no acto, aquele que é entre duas pessoas, sabe qual é? Já sabendo disso que, se um homem liga quando afinal nem pode falar, e se a conversa não é interrompida pela finalização do telefonema, só há uma resposta a ser dada: «Marcar um encontro? Ok, dia 31 de fevereiro à tarde.»
Estes são apenas alguns exemplos de casos que provêm geralmente de números anónimos. Casos que denunciam posturas e comportamentos daqueles que ligam, casos que denunciam a falta de seriedade daquele que contacta a acompanhante. Ou seja, se você é um homem sério e pensa em ligar de um número anónimo, haverá uma grande probabilidade de ser confundido com todos os outros que não são sérios.